terça-feira, 19 de julho de 2011

Amy Winehouse - Will You Still Love Me Tomorrow



Eu não pedi pra nascer. Contudo, se eu soubesse disso tudo sobre o mundo, sobre os desenhos da tv, sobre os livros que eu iria ler, sobre as músicas que eu ouviria, e principalmente, se eu soubesse que ia ter agora sua mão segurando a minha, seu olhar sustentando o meu, sua boca sorrindo meu riso desafinado, ah meu amor, eu teria pedido. Eu teria implorado pra te botarem no meu caminho pra ontem. 

E então poder te forçar logo a assistir filmes legendados e te dar aula de História. Ligar pra dar boa noite, tarde, dia, pra dizer que amo você, que bateu saudade ou qualquer outra desculpa besta pra ouvir sua voz. 

E então poder aprender a cozinhar pra te encher de mimo, exercitar minha odaxelagnia em cada pedacinho de você, cheirar seu pescoço e amar seus perfumes de menino besta quase tanto quanto eu amo sua mania de me mandar parar de andar de pés descalços por aí, senão eu vou sujar meus pés. 

E então poder deixar você me mostrar seus dvds de metaleiro encubado, seu jeito bom de olhar a vida, suas cuecas bonitas,  seus filmes de terror trash e seus sonhos de gente grande. E deixar você me levar na sua onda de bom moço, com seus ombros bonitos, seus pagodes ruins e sua conversa de um futuro comigo que eu nunca imaginei com ninguém. E deixar que  assaltasse minha vida bandida à mão armada, roubando cada pedaço de mim pra você.

E então poder ir indo, e te tendo do meu lado. Poder te sequestrar toda tarde de domingo. Poder te ganhar mais um pouquinho com cada frase solta que te escrevo. Por mais mil anos que nem esses dois, porque você ainda vai estar aqui amanhã. 

Link da música: http://migre.me/5iCv6 Amy Winehouse - Will You Still Love Me Tomorrow

segunda-feira, 11 de julho de 2011

John Williams - Hedwig's Theme



Eu conheci o menino que sobreviveu, num armário debaixo da escada. Eu fui contra a parede entre as plataformas 9 e 10 na estação King’s Cross. Eu embarquei num dos vagões do Expresso de Hogwarts. Corrijo até hoje o Wingardium Leviosa de Rony na aula de feitiços. Neville me mostrou a coragem de proteger os amigos mesmo tendo de enfrentá-los. Passei por fofo, por anotações realmente úteis sobre herbologia, pela melhor partida de xadrez que o mundo bruxo já vira e, ah! Aprendi a conjugar verbos no pretérito mais-que-perfeito! 

Conheci a Toca dos Weasley e (mesmo não sendo ruiva) me senti da família. Aprendi com Minerva a valsar, e a transfigurar animais em taças. Viajei de Pó de Flu, aparatei e sobrevoei um bocado de Inglaterra num Ford Anglia. Eu jurei solenemente não fazer nada de bom, eu entrei na sessão reservada, eu invadi o Ministério da Magia. Duas vezes. Confesso que ri de Tiago ter sido veado e de Tia Guida voar pelos ares feito um balão. 

Eu vi o Lord das Trevas se esconder num turbante, num diário, num anel, numa taça, num medalhão, num diadema, numa cobra, numa cicatriz e, mesmo assim, perder de novo pro amor de Lilian tantas e tantas e tantas vezes. E eu sempre quis uma varinha, uma Firebolt, um gato pra chamar de Bichento, um abraço da Sra. Weasley e um vira-tempo. Eu quis me entupir com os sapos de chocolate e topava até comer feijão, contanto que fossem daqueles de todos os sabores, e me embriagar com dúzias de cervejas amanteigadas.

Eu conheci o Príncipe Sev que conquistou o meu amor depois de tantas aulas de poções. Conheci Dobby livre. Edwiges. Colin Creevey. Conheci o mais injustiçado de todos os prisioneiros em Azkaban. Conheci Lupin e Tonks. Fred. Olho-tonto. Cedrico. E chorei a morte de cada um deles como se fosse minha. E nada eram diabretes da cornualha, explosivinz, bichos-papões, testrálios, sereianos ou lobisomens comparados ao terror dos dementadores e Comensais da Morte. 

Eu senti medo dos dragões, da guerra, da Marca Negra pairando no céu e, por que aranhas? Por que não podiam ser borboletas? Confesso minha queda pela sonserina, por Draco Malfoy, por Pigfarts, e claro, pela comensal mais cruel e diva de todas, Belatriz Lestrange. 

Luna me ensinou um jeito meio louco de enxergar as coisas. Com Hagrid, aprendi a ter um coração mais que meio-gigante, com Rabicho que traições são para os ratos sem personalidade ou espírito e com Umbridge que não devo contar mentiras. Odiei Cho e Gina com mesma proporção que fazia Você-Sabe-Quem querer matar Harry.

Vi Winky e Monstro vestirem a escravidão com um orgulho de dar dó e usei mentalmente um bottom do F.A.L.E. Comi lesmas com Rony pra defender Hermione, senti orgulho de ser sangue-ruim, me arrumei toda pro Baile de Inverno, chorei junto com ela quando Rony foi embora e me alegrei tanto quanto, quando o iluminador o trouxe de volta. 

Tomei a poção polissuco e me travesti de Crabbe, de Goyle e de Harry. De 7 Harrys. Me juntei à Armada de um Dumbledore falho, porém genial até o fim de sua vida, e entrei na batalha pela Ordem de uma tal Fênix que trouxe no Chapéu Seletor a espada da casa dos corajosos. 

Me deixei ir levando pela ilusão dos feitiços, pelas relíquias nos contos infantis que eram de verdade, pela lula gigante no lago, pelas piadas dos gêmeos e por Pirraça, pelas asas de um hipogrifo que se livrou da morte, pelo castelo das escadas que podem mudar - mesmo que o meu amor não mude nem acabe nunca. Porque isso foi a minha infância, porque eu tenho pelo que lutar. Obrigada por isso, J.K.

E nem ligue se você não entendeu nada disso, não se preocupe. Trouxa.

Eu escrevi esse texto pro meu tumblr, mas não iria me perdoar se deixasse essa parte tão grande de mim fora das memórias desse blog. I have stuck with Harry until the very end. 

Link da música: http://migre.me/5e6wv John Williams - Hedwig's Theme